sábado, 21 de março de 2009

Crónicas de nada





Aqui há dias pediram-me que escrevesse uma crónica… Simplesmente isto. Que me sentasse e escrevesse sobre algo, minimamente, interessante! A verdade é que fui perdendo este meu (pouco) jeito para as palavras. E perdi-o pela mesma razão pela qual o fui adquirindo. Ganhei-o – e perdi-o – porque leio. Nestes últimos dias, reli Caracteres do Frederico e comecei a ler Nada de melancolia de Pedro Mexia.

A início pensei que a minha capacidade de escrever pensamentos com mais facilidade que a concretiza-los na minha cabeça tivesse fugido com a literatura light à qual me andei a dedicar mas, sinceramente, agora sei que o meu problema é ter a noção que sou tão mau escritor (um exemplar escrevinahdor!) e que não interessa sobre o que escrevo que nunca me há-de sair bem. Mexia escreve sobre Judas, os símbolos patrióticos, o tamanho médio do documento (o pénis). Podia até escrever sobre rigorosamente nada (que é o que estou nitidamente a fazer) e sair-lhe-ia o melhor dos ensaios.

Pensei em música, surgiu-me a dúvida: “instrumental ou clássica, Felipe?”; pensei em escultura mas não percebo nada de escultura; pensei em escrever sobre a minha incapacidade de escrever e só em lembrei de sonantes nomes da escrita neste nosso país. Então decidi que ia simplesmente contar-vos que nestas artes de letras sou um zero à esquerda (já dizia Carlos Paião “com zero a zero vai tudo bem”), um nabo, alguém que se limita a escrever para si próprio e que realmente só tem jeito para ler, e num limite para escrever sobre nada para que não sejam feridas susceptibilidades.

Fica então por escrever a crónica pedida. Fica “isto”. Se de crónica quiserem apelidar… Os meus pêsames!




2 comentários:

Sandra Daniela disse...

Aceitei os pêsames... è uma crônica!!!


Beijinho grande!!!


P.S: Não esqueci o selo...Isto é... o teu selo, 2 desafios para responder, mais outro selo k nem agradeci... Sou uma ingrata desnaturada, mas consciente!

Felisberto disse...

bem, antes de mais, agradeço o facto de teres entrado lá no Bolachinhas, és sempre muito bem vindo:-)

e qual não foi o meu espanto quando abri este blog e reparo: já aqui estive antes:-) até o mundo blogger começa a ser pequeno:-D

quanto à crónica, parece-me que sem querer fizeste uma boa crónica, auto e hetero crítica, normalmente até os bons escritores só se debruçam sobre uma destas, por isso estás de parabéns:-)

tb irei aparecendo por cá se me deixares:-)

abraço