segunda-feira, 31 de março de 2008

Papagaio de Papel











Conhecia apenas, se me não falha a memória, dois tipos de papagaio: as aves e os que usamos na praia - os de papel-, aqueles que planam e embelezam o céu com as suas acrobacias. Porém, hoje, domingo, descobri um outro tipo de papagaios. Aqueles que, na sua singela simplicidade, são capazes de unir Pai e Filho.


E foi, num pedaço de tarde, que pela primeira vez peguei num papagaio e o fiz voar ao sabor da minha vontade. Era quando, por falta de jeito, ele me caía e eu via o meu Pai correr para o soltar do emaranhado de fios que a queda em looping havia causado, e eu me sentia Filho. Sentia-me realizado por passar uns momentos com o Pai que tantas vez falta me faz.
























Pappy… AMO-TE!






domingo, 16 de março de 2008

Que o amor prevaleça! - Cap. II





Pouco mais de um mês, havia passado desde o desaparecimento de Gladys. Homero e Salvador continuavam, ainda que a polícia estivesse a trabalhar no assuntos, a procurar indícios do local por onde andava Gladys. Era sexta-feira, ambos tinham decidido não ir trabalhar. Uma da tarde, Salvador estava no duche e Homero sente a passagem do correio. Homero olha com ar perdido para o mar de papéis que de repente habitam a dourada caixa de correio, entre os quais se acham as habituais contas de água, electricidade, gás, internet, publicidades de supermercados que prometem ser baratos, cartas do banco com o extracto detalhado do mês transacto,… e um
misterioso envelope de papel reciclado onde se podia ler:



“G.



S. & H.”



Dentro uma chave, que Homero percebeu ser de casa de Gladys. Não consegui sair dali e foi ali que Salavdor o encontrou sentado no primeiro degrau interior ao gradeamento que ladeava a casa. Perceberam ambos que aquela chave não preconizava nenhum bom futuro.


De mão dada, levantaram-se entraram no carro, desceram a grande avenida e chegaram à casa de Gladys. Os estores estavam abertos, como até aqui tinham estado. Entraram, rodaram a chave na fechadura e encontraram uma casa de luz, não havia uma única lâmpada que não estivesse acesa. Na sala, porém, apesar da luz o ar era pesado, subiram a grande escadaria até ao quarto onde encontraram Gladys deitada sobre de vestido cerise a cama, branca, gélida… Só um papel a acompanhava. Eram essas as suas últimas palavras:


“S., H.,


Ao chegar ao fim da vida, o que se aprendeu? Nada, e tudo. Ou melhor, pouco e muito. E o que se aprendeu, será que é correcto? Talvez não o seja. Diante disto, o que é o conhecimento? Diante do que (não) se aprendeu, o que há para ser aprendido? E qual o papel da amor e da amizade nesta vida?


Que o amor prevaleça!


G.”

sexta-feira, 7 de março de 2008

Que o amor prevaleça! - Cap. I

Deixo-vos hoje o primeiro capítulo uma, muito, pequena história. Vou tentar o segundo capítulo para breve.




Homero olha com ar perdido para o mar de papéis espalhados pelo chão, entre os quais se acham contas de supermercado, certidões de nascimento, cartas, relatórios médicos, recortes, múltiplos vestígios da vida de alguém e da procura por indícios do seu paradeiro.


Nada do que existe à sua volta é imperecível, incluindo a parede falsa. Esta parede divide o apartamento de Homero – que divide com Salvador – do seu atelier. Homero é decorador de interiores o que o leva ao interior da vida das pessoas dos seus clientes.
Salvador é um jovem mecânico, trabalha numa oficina de motas no bairro onde nasceu. Um bairro simples, nos arredores da cidade.


Para além desse afastamento do mundo real, os dois têm em comum Gladys, uma artista plástica, por quem ambos nutrem um amor platónico.


Salvador é naturalmente um pessimista e tem uma visão cínica sobre a vida, por outro lado Homero é incapaz de se abrir aos outros, apesar de alimentar um fascínio pelas suas existências particulares. Fá-lo através dos outros, entra nas suas casas, lê os seus livros e tira fotografias dos seus pertences. Um homem encerrado no seu mundo interior mas com acesso (através do seu trabalho de decorador) aos mundos dos outros. Guarda para si, na objectiva de uma máquina fotográfica, cada pormenor da vida alheia, cada símbolo de individualidade em cada casa. A caixa de papel canelado doirado da Duquesa de Verágua, as sabrinas da filha da Dona Maria Alice Mello, a cigarreira de prata esquecida no escritório do Doutor Pinho Souza.


No meio desta disparidade na vida de cada um, Homero e Salvador perdem a fé na vida a dois, cansam-se um do outro. Discutem por tudo e também por nada. Perdem-se em contumácia, vivem debaixo de um mesmo tecto, dividem a mesma cama mas já não dividem um mesmo espaço! Envolvem-se de tal modo numa névoa de egocentrismo que nem reparam na ausência prolongada de Gladys.



Depois de procurarem Gladys na empresa onde trabalha, em casa dos pais, no café onde os três passavam serões. Telemóvel, campainha de casa, telefone fixo, dezenas de mensagem no atendedor automático.


Tal é a preocupação, Homero esquece a máquina fotográfica quando, naquela manhã sai do atelier para a casa-de-campo do casal Martins Henriques. Salvador ligou à irmã a combinar m almoço para falarem do que ia no seu coração. Para desabafar sobre o afastamento de Homero, o desapercimento súbito – ou talvez não! – de Gladys.
Foi este o impulso para uma recuperação do sentimento que unia os dois homens, no seu mais intimo espaço.


Gladys acabava, no fundo, por representar, um pretexto para os dois homens voltarem a acreditar na vida, acreditar no amor que nutriam um pelo outro. Gladys é o modo como Salvador e Homero se apercebem como as pessoas precisam umas das outras e como podem apoiar-se umas nas outras, e arranjar uma maneira de enfrentar qualquer dificuldade positivamente através do amor.




terça-feira, 4 de março de 2008

Get Real..























From the movie Get Real:


Steven Carter
: I came late to sex. I was nearly ten. That's when my friend Mark Watkins told me how babies were made.
Young Steve: Really? Are you sure?
Young Mark: Yeah. Honest. I saw it on one of my dad's videos.
Steven Carter: For over a year after that I thought babies were made when two women tied a man to a bed and covered his willy with ice cream.