quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

(ainda sem título - aceitam-se sugestões...)



Estava um lindo dia Verão, o sol raiava e estava cansado de trabalhar, metido no meu amplo escritório. A contabilidade da empresa dá sempre a volta ao juízo. Empresário de 26 anos bem sucedido, vivendo bem com os rendimentos das lojas, fazendo a gestão a partir de casa – maravilhas da Internet!

Até que… Parei de trabalhar: o stock, as contas, os pedidos de novos modelos de casacos ou de botas, deram-me sede, decidi então que ia buscar o Victor ao colégio.


Conheci o Victor semanas antes na festa de aniversário do Miguel, um amigo comum, então meu namorado.

Miguel conhecia também a orientação sexual de Victor e apresentou-nos. Mesmo namorando com o Miguel, a atracão física por Victor, ou talvez até a idade – dezassete! – falou mais alto e, mesmo sabendo que os pais desconheciam que o filho era gay, acabamos por nos envolver numa relação que acabou por ser a primeira relação sexual (e afectiva) de Victor. Foi um longo momento de prazer que tivemos ali mesmo, na cama de Miguel, embora que abruptamente interrompido pelo aniversariante, que despedaçado acabou por pedir que nos retirássemos e desde ai não conseguiu mais falar comigo.

Desde então, fugido de casa, Victor vive em minha casa, partilhando a mesma cama, e por vezes, quase que o mesmo corpo…


Como de costume, quando cheguei ao colégio, já tinham acabado as aulas e lá estava ele à minha espera junto à entrada, sentado sempre naquele terceiro degrau. Levantou-se, pegou na mochila e dirigiu-se para o meu jipe, iniciámos caminho, e só após de dada a primeira curva à esquerda, depois de ter certeza que nenhum colega de Victor nos podia ver é que nos cumprimentámos com um beijo, bem curto, para que eu, Gui – como me chama o Victor – não me distraísse da condução.


O trânsito estava caótico naquele fim de tarde e entre muitas buzinadelas e os grandes círculos coloridos dos semáforos o meu jipe preto conseguiu andar alguns metros, e foi à espera que um desses semáforos mostrasse a luz verde para que o primeiro carro, o meu, pudesse avançar, que Victor reconheceu o pai atravessando na passadeira mesmo à sua frente. Carlos, pai de Victor, senhor já dos seus 40 anos, conseguiu, também, avistar o filho dentro do carro, mas era tarde, já o semáforo tinha passado a verde e eu já tinha arrancado, deixando para trás o pai de Victor, de jornal pensativo na mão.

Durante todo o caminho permanecêramos calados, só já em casa é que optei por tocar no assunto:

– Sabemos os dois que se quiseres ir para casa e com calma explicares o que se passa aos teus pais, eu sou o primeiro a apoiar-te, certo?

– Tenho medo! – respondeu Victor, com um ar triste – só queria que os meus pais me aceitassem como sou..

– Não sabes o que sentem neste momento – interrompi – até porque eles não sabem “como tu és”! Se não conversarem nunca se entenderão.

– Eu conheço o meu pai nunca será capaz de me aceitar como sou, terá vergonha de mim,… Vamos mudar de assunto, não quero falar sobre isto!

– Por agora…

Já mais tarde durante o jantar voltamos a falar, entretanto tinha ido a uma das lojas tratar duma avaria no sistema informático, e o Victor ficou mesmo por casa. “Tenho muito que estudar” – como se não desse para perceber que ainda estava chateado! Não faço milagres!

Acabamos o filet e ele sem dizer nada... Não sabia por onde começar:

- Tencionas voltar a tocar no assunto? Não te quero assim, gosto de mais de ti para te ver assim!

- Tu sabes que também te amo Gui! Mas… A minha mãe, a minha irmã… Que saudades! – disse Victor com ar triste.

Continuamos o jantar sem grande conversa... Achei melhor não voltar a tocar no assunto.


(continua...)






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3 comentários:

Martinha disse...

Esse é, de facto, um problema com que ainda muitos homossexuais ainda se deparam, não serem aceites pela sociedade. E o grande mal desse problema, é que essa sociedade começa pelos próprios pais!
É uma história que de facto interessou-me, espero pelo desenvolvimento. Quanto a títulos, ainda não me surgiu nenhuma sugestão...

Espero que esteja tudo bem contigo Hugo. :)

Beijo *

Lorrayne Lindsay disse...

Nossa...
realmente ficou muito bom!
To louca para ler o restante...

E o tiutlo???
Bem nao sou boa com eles
hauhaushu

Mas esse é um problema que os homossexuais enfrentam bastante.
Tenho amigos que sofrem por isso.

Curiosa para ler o final...

Beijos!

Baltazar disse...

Olá Olá!! Bem fiquei em pugas para saber o resto da história. lol
Vou dar-te uma sugestão para o título: bem... não estou a lembrar-me de nenhum agora. deixa ver................ À PROCURA DA FELICIDADE PLENA. lolol
Um abraço

P.S.- Despaxa-te com o resto da história. lol